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Channel: Filadélfia Comunicação
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O mundo muda, os hábitos de consumo também. E a Internet mais ainda.

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O cenário digital muda tão rápido que a sensação de desatualização é constante. Para o usuário comum, os novos termos e funcionalidades das mídias digitais parecem códigos indecifráveis de programação. Já quem trabalha com comunicação não pode se dar ao luxo de não acompanhar de perto cada mudança. Seguem umas reflexões sobre as novidades do momento.

As tendências de usabilidade são atualizadas como reflexo das transformações socioculturais. Quer um exemplo disso?

Recentemente, Google e Facebook promoveram mudanças significativas nas plataformas. O Google lançou uma busca mais personalizada através dos anúncios de descoberta e o “crossover” com os anúncios locais no Google. O Facebook está estimulando o consumo de conteúdo compartilhado por meio do Facebook Watch, e trazendo novidades de funcionalidades dentro dos grupos do Facebook. Essas mudanças são fruto da análise do exorbitante volume de dados ao qual estamos expostos e também às transformações na maneira de consumir na Internet. Obviamente são decisões mercadológicas para se manterem na liderança, acompanhando os hábitos de consumo, mas são também sintomas do que acontece no cenário sociocultural.

O fato é que desde seu surgimento a Internet passou por mudanças significativas. E a forma como o Marketing usufruía das possibilidades e ferramentas também. Abaixo uma síntese das eras da Internet e de como o foco dos profissionais de comunicação eram distintos em cada uma delas.

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ERA DIRETA – O BOOM E EXPLOSÃO DO WWW

Quem aí ainda lembra do barulhinho da Internet discada? E da estética vintage da Internet nos anos 90? Pois bem. A internet, como a gente se lembra, começava com seus primeiros passos para o público geral. Para acessar qualquer coisa era preciso digitar exatamente o endereço do site. Isso porque nessa época o cientista e professor britânico, Tim Berners-Lee desenvolveu um browser, a World Wide Web (www) e criou a Rede Mundial de Computadores. E o que o marketing começou a fazer? Marcar território e criar os sites institucionais. Aqueles grandões, que contavam tudo e mais um pouco sobre a empresa, a história e tinham inúmeras páginas internas e sitemaps gigantescos.

Alguns anos se passaram e a Internet se popularizou. Além do acesso direto surgiram os buscadores, Yahoo, Altavista, Cadê, e depois o Google.

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ERA SEO: WEB 2.0 , O REINADO DOS BUSCADORES E AS REDES

Com a Web 2.0, houve uma mudança substancial na cultura do usuário. A interatividade ganhava um significado concreto: a possibilidade de resposta e participação do público mudou a relação empresa-consumidor. O consumo tornou-se um processo coletivo e o conteúdo midiático foi impelido a convergir com as “novas mídias”. Um exemplo disso é a experiência dos usuários nos buscadores, procurando, selecionando, clicando em links que lhe interessam e contribuindo com conteúdo no Wikipedia ou em blogs.

Com a chegada do Google, uma nova forma de organização de conteúdo foi instaurada: os primórdios do Page rank. O buscador começava a ler como sinal de relevância, a quantidade de vezes que um termo aparecia na primeira página. Ou seja, o número de vezes que uma página da web era listada em outro site indicaria a medida de sua utilidade para os “internautas” (um termo bem popular na época). Mais pra frente o Page Rank começou a ler também as palavras-chaves no próprio conteúdo. E aí o SEO virou rei.

O que o marketing fez? Produzia conteúdo com uma série de repetição de palavras e estimulava o maior número possível de citações em outros sites. (Hoje a relevância do conteúdo tem outros indicadores e referências descontextualizadas podem até prejudicar o rankeamento)

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ERA SOCIAL: A WEB 2.0: AS REDES SOCIAIS E CONTEÚDO REFERENCIADO

Com popularização dos Smartphones, o boom dos aplicativos e as novas redes sociais reconfiguraram a cultura do usuário. Num primeiro momento o usuário “ficava conectado”, com a clara distinção entre online e offline. Aqui, começa-se a falar em “ser conectado”. Se na primeira fase da Web 2.0 a proposta era estimular a interação na internet, com a explosão dos smartphones a interatividade passa a ser inerente a cultura. Seja através dos aplicativos e redes sociais que tem essa proposta (Facebook, Instagram, Snapchat, etc..) quanto, principalmente, pelas plataformas de troca de mensagens, como o Whatsapp. Se antes a navegação era estritamente direta (você digitava o endereço do site no browser), agora as redes sociais tornaram-se o destino do usuário. Assim, também para as marcas, a forma de dissipação de conteúdo e de marcar presença mudou. A interação em tempo real e a viralização dos conteúdos trouxeram um caráter de instantaneidade que o mundo nunca havia experimentado.

Para ter a atenção das pessoas online começou-se a mensurar o compartilhamento, as visualizações, os likes e as métricas de engajamento, que tinham um papel de destaque nos relatórios. O protagonismo das redes também deu importância para o conteúdo referenciado (o tráfego que vinha das redes) e passamos pela onda dos click bites (Essa pessoa inventou uma dieta e está chocando BH).

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ERA DA CONEXÃO: O QUE SE FALA SOBRE

Tudo isso aconteceu muito rápido. Em menos de 20 anos os hábitos de consumo foram completamente reconfigurados e, hoje, a experiência interativa e na internet como um todo é bem diferente do que vivemos na época da conexão discada. A conectividade é tão grudada à realidade que é quase impossível distinguir o que são hábitos online e o que não são. O que acontece no ciberespaço pauta as conversas e vice versa.

As métricas digitais por si só não são mais indicadores únicos de sucesso e sim, o impacto que o conteúdo tem para além das redes. Se antes o número de likes enchia os olhos, agora a relação com a comunidade é o que dá sentido para a comunicação. Pode ser que um anúncio digital tenha poucos likes, mas aumente o fluxo para loja. Ou que um conteúdo não tenha muitos comentários, mas seja pauta de conversas no Whatsapp ou na mesa de bar. Ou mesmo que uma notícia não alcance os Trends Topics do Twitter, mas seja o assunto principal numa comunidade nichada.

Por isso, estar em sintonia com o que acontece no mundo, na realidade de quem quer seja o nosso público, e entender como esse recorte ressignifica os ambientes que lhes são mais convenientes, nunca foi tão importante. A Geração Z já nem se lembra de como era o mundo sem Internet. A conectividade é realidade e a velocidade com que as mudanças ocorrem na web diz muito sobre o cenário múltiplo, diverso e em constante ebulição que vivemos.

A dica é não se desesperar com as mudanças no digital, mas antes de tudo, dar um passo atrás e entender o que elas significam no contexto em que estão e o que dizem sobre o comportamento das pessoas ao nosso redor.


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